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Histórias para refletir!

  • 19 de nov. de 2024
  • 1 min de leitura



24 de Fevereiro de 2022


Iryna está sentada na cozinha, toma o pequeno almoço e pesquisa no telemóvel o estado do trânsito.

Estranha o mapa estar completamente vermelho como se estivesse tudo parado.

Nada habitual aquela hora.

Dá um gole no café e liga a televisão para ver o noticiário.

A Ucrânia foi atacada pela Rússia.

O pais está em estado de alerta máximo.

Iryna desliga a televisão, dá mais um gole no café quente, suspira e diz entre dentes: 'E agora, como vou conseguir chegar ao trabalho? '


Junho 2024


Olga sorri muito, num misto de timidez e surpresa por lhe fazer perguntas.

Não fala inglês. Fala russo e ucraniano, que não falo, e por isso o Yuri faz o papel de tradutor.

Conta-me que quando a guerra começou fugiu com a familia para a Finlândia.

Como é muito loura era confundida com as mulheres filandesas, e gostava.

Não conseguiu aprender finlandês, mas gostava do país.

Pergunto-lhe porque voltou, então.

Deixa de sorrir. Baixa os olhos na direcção do chão.

Volta a olhar para mim e vejo que está emocionada.

Diz-me; na Finlândia estava segura, mas o meu país precisava de mim!



Julho 2024


Roman tem 27 anos e está no intervalo de idades em que pode ser destacado para o exército a qualquer momento.

Pergunto-lhe se tem medo que isso aconteça e responde-me que todos os homens sabem que isso pode acontecer.

E insisto; sim, mas não queres ir pois não?

Pára de caminhar, olha-me nos olhos e com voz grave responde; Não se trata do que eu quero ou não. Trata-se do pais precisar de mim.

Sinto-me envergonhada por ter perguntado.





 
 
 

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